Por Carlos Vinícius Pinto dos Santos
Todas as coisas são formadas por partículas microscópicas que foram chamadas de átomos por filósofos da Grécia Antiga, por volta de 400 a.C. Naquele momento, o átomo foi uma concepção filosófica, um limite para a divisão entre as partes que formam um sólido. A visão de que o átomo que conhecemos hoje era esse descrito pelos gregos permaneceu até o século XIX, quando outros fenômenos foram observados e outras teorias propostas. Nesse momento e em outros que virão, a visão do átomo com uma casca maciça, mas que pode ser subdividida, é muito boa para explicar a maioria dos fenômenos simples e alguns mais elaborados em que as subdivisões do átomo não são relevantes.
Os átomos se comportam como peças de montar, que se encaixam uns aos outros de maneira ordenada para formar estruturas maiores. De maneira genérica, os diferentes átomos são semelhantes entre si: são formados por um núcleo pesado e pequeno, composto por prótons (massa = 1 e carga = +1) e nêutrons (massa = 1 e carga = 0) e um espaço enorme ocupado pelos leves e rápidos elétrons (massa = 0 e carga = -1).
As diferenças entre os átomos é justamente a quantidade de prótons e elétrons que o compõe - num átomo neutro a quantidade de prótons é igual a de elétrons. Para sermos capazes de diferenciá-los, foram batizados de elementos e passaram a ser representados por símbolos e depois por letras. Os elementos seguem algumas regras para formação do seu símbolo:
- Primeira letra do nome do elemento em português: Carbono (C), Nitrogênio (N) e Oxigênio (O).
- Primeira letra do nome do elemento em português seguida de outra letra de seu nome: Ferro (Fe), Magnésio (Mg) e Astato (At),
- Primeira letra do nome do elemento em latim: Kalium (K, Potássio) e Wolframium (W, Tungstênio).
- Primeira letra do nome do elemento em latim seguida de outra letra de seu nome: Aurum, (Au, Ouro), Natrium (Na, Sódio) e Plumbum (Pb, Chumbo).
Cada elemento tem características únicas comparando uns com os outros, enquanto que átomos do mesmo elemento têm as mesmas características. Assim, é possível identificar os diferentes blocos básicos formadores da matéria - os elementos quase sempre estão associados a outros para formarem as estruturas maiores, as moléculas.
As moléculas são como quebra-cabeças formados pela união de determinados elementos. Essa união segue algumas normas específicas para acontecer, fazendo com que a formação de moléculas seja mais ou menos previsível para formar as ligações químicas.
As ligações químicas são uma espécie de elo entre diferentes átomos, os mantendo juntos. Esse elo ocorre entre os elétrons dos átomos envolvidos e a força atrativa de cada núcleo envolvido. A molécula da água é formada por oxigênio e hidrogênio, formando a H2O - o núcleo do oxigênio atrai os elétrons dos dois hidrogênios, fazendo-os ficar muito próximos e permitindo assim a formação da molécula. O índice 2 no hidrogênio indica que a água é formada por uma parte de oxigênio e duas de hidrogênio.
As regras básicas que regem as ligações químicas são aplicadas de maneira semelhante independente do tamanho da molécula: sejam moléculas um pouco mais complexas, como o ácido sulfúrico (H2SO4) ou extremamente mais complexas, como o DNA. Assim, o trabalho de decifrar como as moléculas foram montadas pela Natureza e montá-las por conta própria, no laboratório, é o quebra-cabeças mais complexo que o Homem pode encontrar.