Por Carlos Vinícius Pinto dos Santos
Em nosso cotidiano estamos cercados por inúmeros fenômenos: o ferro de passar roupas que esquenta quando ligado à energia elétrica, a água que congela na geladeira, o comprimido que efervesce no copo com água, dentre muitos outros. Esses fenômenos são divididos em fenômenos físicos e fenômenos químicos de acordo com os critérios a seguir:
Compreende uma mudança de estado físico ou de aparência, sem que a substância em questão se torne outra com características diferentes. Temos como exemplos:
- Papel amassado: não há qualquer alteração nas suas características microscópicas pelo fato de estar amassado, ainda é um papel. O papel não pode voltar a ser exatamente como antes, mas pode-se considerar que amassar e desamassar o papel seja um processo reversível.
- Papel rasgado: segue o mesmo raciocínio do papel amassado, com o detalhe de que esse é um processo totalmente irreversível - não importa o que se faça as bordas rasgadas não vão se juntar de novo para gerar o papel inteiro. Ainda sim, teremos dois pedaços do mesmo papel de antes e não outro tipo de material.
- Quebrar um palito de fósforo: como quebrar a madeira quebrada é um processo irreversível, mas o fósforo ainda podera ser riscado e a madeira queima independente de sua forma física - inteira ou quebrada.
- A água congelada: trata-se da mudança da organização das partículas de água (solidificação) que, por fusão, voltará a ser água líquida e esse processo pode ser repetido infinitamente. A água líquida possui algumas características diferentes do gelo, mas as caracterísitcas essenciais como composição química permanecem inalteradas. De fato, o Ciclo da Água é baseado nesse comportamento - a água pode mudar de estados muitas vezes, mas sempre conserva suas características básicas. Ao beber um copo com água, é possível que estejamos bebendo água que já esteve na Antártida ou no espaço! Esse processo é, portanto, reversível.
É a transformação de uma substância em outra, com características diferentes entre si, geralmente muito diferentes. Temos como exemplo:
- Papel queimado: ao queimar um papel (inteiro, amassado ou rasgado) ele pegará fogo da mesma maneira e dará como resultado um mesmo produto - uma porção de um material negro que se desmancha e forma um pó muito fino. Esse material, conhecido também como fuligem, tem características totalmente diferentes do papel e de maneira alguma se tornará papel de novo, sendo um processo irreversível.
- Ferrugem: um pedaço de esponja de aço irá enferrujar dentro da água. A ferrugem é um composto químico, o óxido férrico (Fe2O3), que tem características totalmente diferentes do ferro e água que o originou. O óxido férrico é usado em um processo chamado de Siderurgia para obter ferro metálico para a produção da esponja de aço. Assim, todo o processo é considerado reversível, é possível fazer o óxido férrico se tornar ferro metálico. Essa é uma das bases da reciclagem de metais, onde o alumínio se comporta de maneira parecida.
- Riscar o palito de fósforo: ocorre uma reação química que gera o fogo. Nesse processo a arrumação microscópica das partículas é alterada e são geradaos novos compostos. É um processo completamente irrevesível, nenhum fósforo queimado irá se tornar num novo de nenhuma forma conhecida.
Como pode ser observado, a reversibilidade não é uma característica segura para determinar se um fenômeno é físico ou químico. Muitos fenômenos físicos são reversíveis, mas há os irreversíveis, assim como fenômenos químicos são irreversíveis em geral, mas há situações em que são reversíveis. A maneira mais segura de se entender a diferença entre esses fenômenos é com base nas características das substâncias envolvidas, a variação de sua composição microscópica antes e depois da transformação. Mesmos materias pertencem a fenômenos físicos, novos materiais pertencem a fenômenos químicos.