Por Carlos Vinícius Pinto dos Santos
Em tubo de ensaio pequeno, adicionar 10 gotas (0,5 mL) da amostra ou de solução padrão. Ao ocorrer precipitação com a adição de reagente precipitante, aguardar a deposição no fundo do tubo. Adicionar novamente o reagente ao sobrenadante límpido, até que não haja mais precipitação ou turvação. O sobrenadante é então separado do precipitado para as análises posteriores. É desejável que se utilize tubo de centrífuga, mesmo que a centrífuga não seja utilizada, uma vez que facilita a separação do precipitado.
Obs.: Uma vez que, durante a separação, são adicionados compostos com sódio, amônio e potássio, é fortemente recomendado investigar o Grupo V primeiro para evitar contaminações, ou reservar amostra original para realizar os devidos testes
O Grupo III é separado em IIIA (precipitam como hidróxidos - ferro, alumínio e cromo) e IIIB (precipitam como sulfetos em meio básico - cobalto, níquel, manganês e zinco).
O precipitado da reação com tioacetamida em meio amoniacal pode conter cobalto, níquel, manganês (II) e/ou zinco.
Esquema 1 - Kps dos sulfetos do Grupo IIIB
A adição de HCl 2 M solubiliza os sulfetos de zinco e manganês, enquanto níquel e cobalto permanecem como precipitados pretos.
Esquema 2 - Abertura dos sulfetos do Grupo IIIB com ácido clorídrico
Filtrar e dissolver o precipitado em ácido nítrico concentrado até quase secura, seguido de adição cuidadosa de água. Reservar a solução para as investigações futuras de níquel e cobalto.
Esquema 3 - Abertura dos sulfetos de níquel e cobalto com ácido nítrico
Ao filtrado adicionar excesso de solução de hidróxido de sódio e 1 mL de peróxido de hidrogênio 3%. Se houver precipitação, filtrar e separar para investigação de manganês e zinco.
Figura 1 - Marcha de análise para o Grupo IIIB
Interferentes - Não há
A precipitação de sólido marrom ou preto confirma a presença de manganês através do dióxido de manganês hidratado.
Esquema 4 - Identificação de manganês por precipitação de dióxido de manganês (IV)
Interferentes - Não há
Ao filtrado incolor adicionar ácido acético diluído e tioacetamida. A precipitação de sólido branco confirma a presença de zinco.
Esquema 5 - Identificação de zinco por precipitação com sulfeto
Interferentes - Não há
Caso a solução esteja totalmente verde, há forte indício da presença de níquel. A adição de hidróxido de amônio diluído (até meio alcalino) e solução alcoólica de dimetilglioxima (DMG) precipita uma laca carmim, confirmando a presença de níquel.
Esquema 6 - Identificação de níquel por precipitação com dimetilglioxima (DMG)
Interferentes - Não há
Caso solução esteja claramente rosa, há forte indício de presença de cobalto. A adição de tiocianato de amônio (ou de potássio) e acetona gera o complexo tetratiocianocobaltato (II), de coloração azul. Esse complexo pode ser extraído com álcool amílico, de modo que a fase do álcool amílico azul confirma presença de cobalto.
Esquema 7 - Identificação de cobalto por formação de complexo com tiocianato
Para acessar o Grupo IIIA clique aqui.
1 Adaptado da apostila de Química Analítica Qualitativa Experimental, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2000/2
2 Arthur I. VOGEL, Vogel's Textbook of macro and semimicro qualitative inorganic analysis, 5th Edition, Longman
3 MARTINS, C. R.; SILVA, L. A.; ANDRADE, J. B.; Sulfetos: por que nem todos são Insolúveis?, Química Nova, Vol. 33 Nº 10, pag. 2283-2286
4 SHIEK, T. J.; Screening for Inorganic Anions of Toxicological Interest, ToxTalk, Vol. 35, Nº 2, pag. 21-22