Por Carlos Vinícius Pinto dos Santos
Em tubo de ensaio pequeno, adicionar 10 gotas (0,5 mL) da amostra ou de solução padrão. Ao ocorrer precipitação com a adição de reagente precipitante, aguardar a deposição no fundo do tubo. Adicionar novamente o reagente ao sobrenadante límpido, até que não haja mais precipitação ou turvação. O sobrenadante é então separado do precipitado para as análises posteriores. É desejável que se utilize tubo de centrífuga, mesmo que a centrífuga não seja utilizada, uma vez que facilita a separação do precipitado.
Obs.: Uma vez que, durante a separação, são adicionados compostos com sódio, amônio e potássio, é fortemente recomendado investigar o Grupo V primeiro para evitar contaminações, ou reservar amostra original para realizar os devidos testes
A presença de prata, chumbo (II) ou mercúrio (I) causa precipitação ao adicionar gotas de HCl diluído a frio à amostra. A adição deve continuar até que nenhum precipitado adicional seja observado. O precipitado pode conter AgCl, PbCl2 e/ou Hg2Cl2. O precipitado deve então ser lavado duas ou três vezes com 2 mL de HCl 2 M e uma vez com água fria e a água de lavagem pode então ser descartada.
Esquema 1 - Kps dos cloretos do Grupo I
Ao precipitado recolhido devem ser adicionados 5-10 mL de água e colocado em banho-maria em ebulição por cerca de 5 minutos. O precipitado remanescente deve ser filtrado a quente e ambas as partes devem ser reservados. O precipitado deve conter AgCl e/ou Hg2Cl2, enquanto que o filtrado deve conter PbCl2. Reservar o filtrado para confirmação de chumbo.
Figura 1 - Marcha de análise para o Grupo I
Lavar o resíduo com água quente à exaustão para eliminar o chumbo residual, o qual pode ser conferido pela adição de cromato de potássio à água de lavagem até que não haja mais precipitação. Adicionar 3-4 mL de hidróxido de amônio diluído a quente, filtrar e reservar ambas porções para investigação de mercúrio e prata.
Esquema 2 - Separação de prata e mercúrio com hidróxido de amônio
Interferentes - Chumbo (para o teste com KI)
A solução que venha a conter prata pode ser tratada com ácido nítrico 1 M, assim o complexo é desfeito e o cloreto, que era o contra-íon do complexo, precipita a parta como AgCl, de aspecto caseioso e que escurece à exposição com a luz.
Esquema 3 - Identificação de prata por precipitação com cloreto
Outra maneira de identificar prata é com a adição de solução de KI, onde é formado o precipitado de AgI, de coloração amarela.
Esquema 4 - Identificação de prata por precipitação com iodeto
Interferentes - Prata (para o teste com KI)
Ao adicionar solução de cromato de potássio, com presença de chumbo haverá precipitação de cromato de chumbo, de coloração amarela.
Esquema 5 - Identificação de chumbo por precipitação com cromato no Grupo I
A adição de solução de KI gera a precipitação do respectivo iodeto, de coloração amarela.
Esquema 6 - Identificação de chumbo por precipitação com iodeto no Grupo I
Interferentes - Prata
A precipitação de sólido negro, quando da adição de solução diluída de amônio após a remoção do chumbo, já confirma a presença de mercúrio. Entretanto, é possível obter um resultado ainda mais conclusivo ao tratar o cloreto de amido mercúrio com água régia, obtendo o cloreto de mercúrio (II). Posterior adição de solução de estanho (II) provoca a redução a mercúrio metálico, que pode ser observado como um sólido preto ou gotículas prateadas de mercúrio, a depender da quantidade presente.
Esquema 7 - Identificação de mercúrio por redução com estanho (II) no Grupo I
1 Adaptado da apostila de Química Analítica Qualitativa Experimental, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2000/2
2 Arthur I. VOGEL, Vogel's Textbook of macro and semimicro qualitative inorganic analysis, 5th Edition, Longman